sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sai de casa em 2010 e fui parar em 1999

Desde antes do jogo, a atmosfera estava diferente. Sejam os blogs, no Twitter, no bar onde esperamos o criminoso horário de 10 da noite, nada demonstrava que iríamos entrar com um time retalhado, para reverter uma diferença de dois gols, que virariam três se tomássemos um. Nos últimos anos cansamos de ver o Palmeiras ser eliminado em mata-matas com times melhores e em situações mais favoráveis, mas algo estava diferente.

Ao entrar no Pacaembu lotado, esta sensação ficava cada vez mais clara. A torcida cantava ininterruptamente, empurrando o time que, em campo retribuía. Se não era um primor de técnica ou tática, demonstrava uma entrega que desacostumamos a ver. E um jogo de primeira fase da Copa Sulamericana virou uma final de Libertadores, com pessoas angustiadas, desesperadas, com choro e lágrimas de alegria e alívio, com abraços apertados nos amigos e nos desconhecidos, mas naquela hora, todos melhores amigos.

E naquelas noites que o impossível acontece, tal qual um roteiro de um filme de Hollywood, o Pacaembu entrou numa dobra temporal e foi parar em 1999. E lá estava, debaixo da trave, o mesmo camisa 12, com cabelos a menos, dores a mais e uma idolatria que raros merecem. E no banco, com o mesmo agasalho e bigode, um senhor que vibrava como menino a cada gol.

As outras peças mudaram. Saiu Oséias, o centroavente sem técnica e autor de gols decisivos para entrar Tadeu, um centroavente sem técnica e autor de dois gols decisivos. Edinho substitui Sampaio com maestria, assim como Maurício Ramos e Danilo não deveram nada para Júnior Baiano e Roque Júnior. E, ao final, se não aconteceram os gols chorados de Euller, tivemos uma cobrança de falta magistral de Marcos Assunção.

E, numa noite de 2010 que poderia muito bem ser em 1999, o Palmeiras renasceu mais uma vez, como um vilão de filme de terror que todos tentam dar como morto, mas que volta cada dia mais forte, e mais letal.

Assim, que fique uma lição: nunca subestime um time que tem uma camisa e uma torcida como a do Palmeiras. Isto não se compra em butiques, nem pela internet.

3 comentários:

Fernanda Padulli disse...

Lindo lindo... Chorei ontem no final do jogo e chorei agora lendo e relembrando. Foi sim, diferente e emocionante!!!Parecia uma coisa , o jogo, a torcida, os jogadores, o Felipão, tava um clima que não consigo definir,parecia mágico, imagino pra quem estava lá!! Eu amo o Palmeiras!!!Rsss... Um beijo!

Pai da Princesa disse...

Grande Hiran...

Partida épica, inesquecível...

De todos os textos que li sobre a partida de ontem o seu foi disparado o melhor, inclusive melhor que o meu.

Conseguiu retratar de maneira clara o sentimento que eu tive...

Parabéns...

Anônimo disse...

Haaa q lindo Hiran!!! Ha tempos não via tanta vibração e um time com tanta garra... Nem preciso dizer q chorei neh rs mal consegui responder a sms de tanto q tava emocionada hihihihi

Foi maravilhoso!!

Beeeijos =**