Essa é uma republicação de um texto que escrevi no meu outro blog, mas que a Mídia Palestrina não tinha acesso.
Muito eu me pergunto do motivo de tanto ódio à equipe do SPFW, também conhecida vulgarmente como "os bambis". Digo pois até um tempo atrás elas eram apenas mais um rival do Palmeiras, no mesmo nível dos Gambás, então resolvi fazer um exercício mental e descobrir o estopim de tal, ao menos no meu caso, já que hoje motivos não faltam para odiá-las.
E consegui. Viajei de volta ao ano de 2002 (se a memória não me prega uma peça), quando ainda era diretor jurídico / advogado do União Barbarense, equipe da minha cidade natal e que, naquela época, fazia bonito na primeira divisão do Paulista. Nesse ano, um moleque das categorias de base despontava com grandes chances de fazer um bom papel na equipe principal. Era um centroavante, cria da cidade, que começou jogando em equipes menores do futebol amador local para, enfim, ter uma chance no futebol profissional.
As chances foram dadas, ele aproveitou e era uma das esperanças para a disputa do Paulista daquele ano. Esperança de um bom futebol mas, mais ainda, esperança de poder render algum dinheiro ao clube, no final do campeonato, pois infelizmente é só assim que clubes do interior sobrevivem.
Porém, pouco antes do campeonato começar, ele começou a se portar de maneira estranha. E, dessa forma, as tentativas de se fazer um bom contrato profissional com ele (que agradassem ambas as partes, vez que até então ele era apenas um júnior) viraram água, principalmente depois que ele desapareceu.
De repente, alguns dias depois, aparece em meu escritório um senhor que se dizia "amigo da família", explicando que ele tinha sido "convidado" por alguém do SPFW para, "descompromissadamente" conhecer o CT de treinamento delas. Percebi finalmente o que estava acontecendo, que já tínhamos perdido o atleta, então não restava outra alternativa senão acertar uma rescisão amigável.
Cumpre salientar nesse momento que, uma vez que ele ainda era uma promessa, seu contrato previa uma multa rescisória de apenas R$ 20.000,00.
Fizemos uma proposta para esse "amigo", num valor que não lembro mais (porém superior a esse acima). E o assunto começou a ser ventilado pela mídia, sendo isso negado por parte das Leonoras, já que elas nunca aliciavam atletas vinculados a outros clubes, posando se arautos da moralidade.
Mas não é que um dia somos surpreendidos com uma intimação da justiça do trabalho, em que o atleta requeria a rescisão unilateral do contrato, com o depósito em juízo do valor da multa rescisória? Estupefatos, fomos atrás do "amigo" e descobrimos que ele próprio contratou um advogado para o atleta, e que esse advogado "emprestou" para o atleta (uma vez que ele vinha de uma família pobre) a quantia dos vinte mil reais para que ele pudesse rescindir o contrato. Claro, isso tudo sem ele ter qualquer "proposta" oficial de nenhum clube, especialmente delas.
Não tendo mais nada o que fazer, eu me dirigi no dia até a justiça do trabalho, onde conheci os dois "advogados" dele. Como é costumeiro, a audiência atrasou muito e fiquei conversando com os advogados, que soltaram no meio da conversa serem sãopaulinos e ou conselheiros ou filhos de conselheiros (não me lembro mais) bambis.
Sem mais delongas, o depósito foi efetuado, o jogador liberado e, poucos dias depois, ele veio a assinar com o SPFW, uma vez que agora que ele era um jogador sem vínculo com nenhum clube, e então os "éticos", "profissionais" e "íntegros" dirigentes Leonores puderam contratá-lo.
Culpa do atleta? Não, eu não vejo nenhuma, ele estava apenas pensando no teu futuro, e deslumbrado com a "estrutura" delas. Culpa sim de um clube que prega o profissionalismo pela frente, mas que nos bastidores é sujo, traiçoeiro e nojento.
Isto não é algo que me foi contado pelo primo do vizinho de um amigo, e sim algo que eu presenciei. Assim, não há o que ser rebatido ou desmentido, pois é o relato da verdade. Uma verdade amargurada e carregada de ódio, mas a verdade.
E então a rivalidade virou ódio, e o respeito por aquela camisa desapareceu.
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